Inflação de fevereiro é a maior para o mês desde 2015 e vai a 10,54% em 12 meses
A inflação oficial do
Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou
1,01% em fevereiro, a maior variação para o mês desde 2015. A alta acumulada no
ano foi de 1,56% no ano e de 10,54% em 12 meses, segundo dados divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta
sexta-feira (11).
E com os reajustes nos preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras nesta
quinta-feira (10), a disparada de preços nos próximos meses vai ser maior
ainda, impactando não apenas os motoristas, mas todos os brasileiros.
“Basicamente, aumentos de diesel [que subiu 24,93%] vão virar aumentos de
preços da comida”, afirmou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, ao
jornal o Estado de S.Paulo.
Inflação dispara em
fevereiro
De acordo com os dados do
IBGE, em fevereiro, antes do mega-reajuste dos combustíveis, em 13 dos 16
grupos pesquisados, o índice de inflação atingiu dois dígitos, passando de 13%
na Grande Curitiba, seguido pelo estado do Acre, que registrou alta de 11,76% e
Vitória (ES), com 11,50%.
Alimentos, educação,
aluguel e energia estão entre os itens que mais se destacaram no mês passado.
Todos os nove grupos de
produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços, em fevereiro. O maior
impacto (0,31 ponto percentual) e a maior variação (5,61%) vieram de educação.
Quanto aos índices
regionais, todas as áreas tiveram variação positiva em fevereiro. A maior
variação ficou com o município de São Luís (1,33%), por conta dos cursos
regulares (7,14%) e das carnes (3,01%). Já o menor resultado foi observado na
região metropolitana de Porto Alegre (0,43%), influenciado pela queda no preço
da gasolina (-4,33%).
Confira as maiores altas
Educação
O maior impacto foi dos
cursos regulares, que aumentaram 6,67%, com destaque para ensino fundamental
(8,06%), pré-escola (7,67%) e ensino médio (7,53%).
Alimentação e bebidas
No grupo de alimentação e
bebidas, que sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que
prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil, a alta foi de
1,28%, com contribuição de 0,27 ponto percentual da inflação.
Os maiores aumentos foram
registrados nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%).
A cenoura chegou a
aumentar 39,26% em São Paulo até 88,15% em Vitória.
Além disso, as frutas
subiram 3,55%, variação próxima à do mês anterior (3,40%). Por outro lado,
foram registradas quedas mais intensas nos preços do frango inteiro (-2,29%) e
do frango em pedaços (-1,35%). Em janeiro, os recuos haviam sido de -0,85% e
-0,71%, respectivamente
Combustíveis
Nos últimos 12 meses, o
que mais pesou na inflação, de modo geral, foram os combustíveis, que
acumularam alta de 33,33%. Em fevereiro, esse item do grupo de transportes
(0,46%) teve queda de 0,92%.
O IPCA é calculado pelo
IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários
mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do
país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís,
Aracaju e Brasília.
INPC varia 1,00% em
fevereiro
O Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC) de fevereiro registrou alta de 1,00%,
que ficou acima do mês anterior (0,67%). Essa é a maior variação para um mês de
fevereiro desde 2015, quando o índice foi de 1,16%. No ano, o INPC acumula alta
de 1,68% e, nos últimos 12 meses, de 10,80%, acima dos 10,60% observados nos 12
meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,82%.
O INPC mede
a inflação das famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos por mês, abrange
dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo
Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
O índice é usado pelo
governo federal para corrigir o salário mínimo e os benefícios previdenciários.
É o índice usado também pela iniciativa privada para corrigir salários.
FONTE: CUT