Mínimo deveria ser R$ 5.997,14; veja como é feito o cálculo
Valor de R$ 1.212 — estipulado
pelo presidente Jair Bolsonaro — não repõe sequer a inflação de 2021 e
contraria a Constituição Federal, ao não suprir as despesas básicas de uma
família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene,
transporte, lazer e previdência.
Carestia e salário baixo obriga
maioria da população a "se virar nos 30" no dia a dia. Imagem:
galeria Webnode.
Economia | O
salário mínimo necessário para atender uma família com dois adultos e duas
crianças em janeiro deste ano deveria ter sido de R$ 5.997,14, segundo a
Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada nesta segunda-feira
(7) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese). Ver como o cálculo é feito ao final da matéria.
Leia também:
- Gasolina
cara, dólar alto e inflação galopante mexe com o juízo da classe média
coxinha
- Alta
dos preços faz setor da classe média que pensa que é rico trocar a carne
de primeira por ovo frito
Insuficiente e inconstitucional
O salário mínimo anunciado para
2022, de R$ 1.212, não repõe sequer a inflação do ano passado, medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e é 4,95 vezes menor do que o
salário mínimo ideal. Além disso, contraria a Constituição Federal, ao não
suprir as despesas básicas de uma família com dois adultos e duas crianças com
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e
previdência. Continua, após o anúncio.
Bolsonaro acabou com a política
de ganho real
A distância cada vez maior entre
o salário necessário e o aplicado atualmente é resultado de medida adotada pelo
presidente Jair Bolsonaro, que acabou com a política de ganho real praticada
nos governos Lula e Dilma, ambos do PT.
Isto, além de rebaixar o piso
nacional, prejudicou também o pagamento de aposentadorias e benefícios
assistenciais e trabalhistas. De 2003 a 2017, segundo o Dieese, o ganho real,
ou seja, acima da inflação foi de 77,01%.
Como é feito o cálculo
O Dieese faz uma pesquisa mensal
dos preços da cesta básica em 17 capitais e, com base na cesta mais alta,
estima o valor do salário mínimo ideal.
Em janeiro, em nove cidades, a
alta acumulada da cesta básica em 12 meses supera os 10% (em um caso, os 20%) e
chega a comprometer mais de 60% do salário mínimo líquido. Continua, após
o anúncio.
Os alimentos aumentarem em 16
capitais. Açúcar, batata, café, óleo de soja e tomate foram alguns dos produtos
que subiram de preço em janeiro.
Os maiores aumentos foram registrados
em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e
Goiânia (4,63%).
Em números absolutos, São Paulo
foi o local onde a cesta básica apresentou maior custo, de R$ 713,86. A capital
paulista é seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83),
Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).
Entre as cidades do Norte e
Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os
menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 507,82), João Pessoa (R$
538,65) e Salvador (R$ 540,01).
Fonte: CUT Nacional