Dia de Luta contra a reforma Administrativa e por direitos mobiliza trabalhadores
A próxima quarta-feira,
18 de agosto, será um dia de luta marcado pela mobilização de
trabalhadores e trabalhadoras de várias categorias profissionais em todo o país
em apoio à greve de servidores federais, estaduais e
municipais, por emprego e direitos.
A batalha contra a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa,
que destroi o serviço público do Brasil e ataca os servidores é de todos os
brasileiros e brasileiras. Unidos, todos vão lutar também contra os demais
ataques do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) à classe trabalhadora.
A PEC 32 acaba com a
estabilidade dos servidores e, por isso, ameaça o funcionamento dos serviços
públicos, em especial os que mais a população necessita como saúde e educação.
A reforma Administrativa, portanto, atinge todos os trabalhadores.
“Esta é uma luta de todos, porque
todos serão impactados”, afirma o Diretor Executivo da CUT, Pedro Armengol,
também secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Serviço Público Federal (Condsef).
É preciso deixar claro para
todos e todas que a luta é de toda a classe trabalhadora porque tanto a PEC 32
de Bolsonaro, quanto as privatizações e todas as pautas que estarão em debate
neste dia, como a geração de emprego decente, são de interesse de todos os brasileiros
e brasileiras- Pedro Armengol
Hora de endurecer a luta
Na tarde da quarta-feira (11), as
entidades que representam os trabalhadores no serviço público se
reuniram com o relator da PEC 32, deputado federal Artur Maia (DEM-BA), para
entregar um manifesto que aponta os aspectos mais graves da proposta. Os
sindicalistas solicitaram também um prazo maior para o debate sobre a reforma,
já que a proposta foi apresentada sem um aprofundamento sobre os impactos para
os servidores e para a sociedade.
Pedro Armengol, que participou da
reunião, afirma que o deputado se manteve intransigente, em especial em pontos
como o fim da estabilidade e a avaliação de desempenho, que segundo o relator,
“não terão mudanças”.
Mesmo com a tentativa de
negociação, Artur Maia informou que encaminhar a PEC ao plenário para votação.
“O que ele quis dizer é ‘vou encaminhar e pronto’”, conta Armengol.
Por isso, ele convoca: “O dia 18
terá de ser ainda mais forte – uma resposta à altura para essa falta de
respeito que o governo tem com o povo brasileiro”.
Em ação
As mobilizações estão sendo
convocadas pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais e também
incluem as pautas emergenciais para população brasileira, que tem amargado na
pele a falta de compromisso com o povo brasileiro do governo Bolsonaro.
São elas o auxílio emergencial e
R$ 600 para que trabalhadores possam sobreviver neste período de crise
econômica e sanitária; vacina já; mais empregos; e contra a retirada de
direitos como propõe a MP 1045 – a reforma Trabalhista de
Bolsonaro
Leia
mais: Entenda MP 1045 aprovada pela Câmara que diminui salários e acaba com
vários direitos
Atos que estão sendo
organizados
Já estão sendo organizadas
assembleias nas entradas e nos locais de trabalho, atos nas ruas, panfletagens
em pontos de ônibus, terminais de trem, metrô, faixaços em locais de grande
circulação, além de ações como diálogo com a população, paralisações, carreatas
e ações em redes sociais.
Acesse
aqui cards e panfletos para você atuar nas ruas e nas redes.
“A CUT e outras entidades já
estão organizadas Brasil afora, por isso a perspectiva é de que haja realmente,
além da greve, manifestações em todos os estados”, diz Armengol
E algumas dessas mobilizações já
começaram. Em Brasília, uma ação de panfletagem e diálogo com a população para
denunciar a PEC 32 foi organizada para às 16h, na rodoviária do Plano Piloto.
No fim de semana, CUT, centrais e movimentos sociais farão também ações nas
periferias da capital federal.
Já no dia 18, ainda
em Brasília, haverá uma manifestação a partir das 10h, que caminhará da
Esplanada dos Ministérios com destino ao Congresso Nacional. Às 15h, haverá um
ato com participação também de movimentos sociais em frente ao Anexo II da
Câmara.
Para a greve nacional,
a maioria dos servidores federais já aprovou em plenária nacional da Condsef a
participação nas atividades. Além deles, servidores estaduais representados
pela Federação Nacional dos Servidores Públicos Estaduais e do Distrito Federal
(Fenasepe); municipais
representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público
Municipal (Confetam); da saúde representados pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS); e pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Educação (CNTE), também se somam ao movimento contra a reforma
Administrativa e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
O presidente da CNTE, Heleno
Araújo, fez uma convocação para o dia 18. “’É preciso denunciar as medidas do
governo Bolsonaro que atacam os direitos dos trabalhadores. A PEC 32 quer
privatizar o atendimento público a todos e não podemos permitir que isso
aconteça”, disse.
Outras categorias
No sistema financeiro a luta contra o desmonte dos bancos
públicos, que vem sendo praticado pelo governo Bolsonaro – e que abrem caminho
para a privatização a ameaça de privatização de instituições como Caixa Federal
e Banco do Brasil –, também é pauta para mobilizações e se somará às
mobilizações do dia 18. A PEC 32, da reforma Administrativa também
terá impacto nos serviços prestados por esses bancos e que são essenciais ao
desenvolvimento do pais.
A presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, explica que a
reforma prejudica diretamente os bancos públicos e, consequentemente, a
população por eles atendida. A Caixa Federal, por exemplo, foi a responsável
pelo acesso ao auxílio emergencial por mais de 69 milhões de brasileiros no ano
passado.
Para ela, a reforma Administrativa é mais uma ameaça ao
emprego na categoria, “mas também compromete o desenvolvimento econômico do
país”.
Os bancos públicos são ferramentas de indução de políticas
econômicas que infelizmente o governo Bolsonaro não utiliza. Pelo contrário,
quer igualar os bancos públicos aos privados e, depois, privatizá-los.
Precisamos transformar o dia 18 em um dia nacional de luta contra o que o
governo Bolsonaro representa, de miséria e mortes pelo país afora- Juvândia
Moreira
*Edição: Marize Muniz. Apoio: Confetam, Fenasepe, CNTE e Contraf-CUT.